
Teu domingo é a ponta do lençol estirada no cantinho do sossego, espreguiçando entre travesseiros pelo chão de um quarto escuro às dez da manhã. É o celular no silencioso, pro mundo lá fora não incomodar e o café da manhã em câmera lenta, pois hoje os minutos podem esperar.
É o sambinha tocando na TV e no rádio, acusando sentimentos esquecidos. É o livro aberto e o parágrafo que leste mais de três vezes pra resgatar a concentração e o compromisso que desmarcaste numa tentativa de adiar o tédio das relações inevitáveis.
Teu domingo são as horas de desleixo, pecado capital e nostalgia. São minhas marcas que, ainda ontem, deixei na tua cama, na tua vida, e que em vão vais passar a semana inteira tentando apagar.