‘Nada a fazer senão esquecer o medo
abrir o peito à força, numa procura
fugir às armadilhas da mata escura’.
Milton Nascimento
Que horrível essa sensação de sempre alguém por perto, de estar acompanhado noite e dia, todas as horas, toda vida, o mês inteiro. Acho um erro isso de ser rodeado o tempo todo. Sem silêncio, sem espaço, calmaria e paz.
É como se te negassem as brechas, válvulas de escape, e nunca te sobrasse tempo para as solidões e para o próprio umbigo. Muitas vozes, infinitos seres, mil interesses. Impulsos e estímulos até demais. Nunca só, consigo mesmo. Nunca completamente, nunca na medida!
Terrível não ser inóspito, desabitado do mundo, desajustado com a vida, em sintonia só com o que me diz respeito.